Alberto I - nomes que me marcaram
Era domingo e havia muito sol.
Meus treze anos eram maiores e eu menor.
Meus cachos mais largos, mais cumpridos
Minha insegurança imensa e de dar dó.
Em terra dourada pela manhã eu estava.
Caminhando e imaginando que não seria vista.
Porque ao meu lado menina loira e linda flutuava.
Mas então o inesperado aconteceu!
Passou por mim claro como o dia, lindo como sol!
Sorriu. Caminhamos, nem acreditei! Não podia...
Eu que poucas bocas conhecia nem imaginei,
Duas quadras depois, ali embaixo da mangueira
Acaricia meu rosto (morro por dentro!) enfim,
Me beija!
Beijo demorado, guloso. Depois o mesmo beijo
Ainda o mesmo, mas agora mais carinhoso, bobo.
O chão desabou, o céu estilhaçou-se, tudo sumiu!
Meu corpo agora num plano fora desse, o terreno.
Se acredito em anjos? Sim. Ele estava ali!
E o cheiro? Quase ainda posso sentir...
Todos nos esperando, nos procurando,
Temos de voltar. Não podemos ficar juntos agora.
Três horas depois, passou e deixou bilhetinho:
“No mesmo lugar, daqui a quinze minutos. Você é linda!”.
Fui. Fomos. Abraço longo, beijos e um resumo da vida.
Ele, a ovelha negra da família. Eu, sonhadora e perdida.
Ele, branco e pele macia. Eu, menina quieta e boazinha.
Não tinha telefone, mas pedi pra me ligar.
Jurou que ligaria. Disse que se apaixonou.
Me apaixonei!