VIADUTO IV
À direita, entra o meu ônibus.
A paisagem não me cobra ônus.
Deslizando, chegarei ao meu reduto;
já alcancei o quarto viaduto.
À placa, contém a poesia:
"Juiz de Fora,
Rochedo de Minas e
Matias Barbosa";
lindíssimos versos!
A agitação da cidade grande
me deu o salvo-conduto.
Deixo pra trás, a impregnação dos oleodutos,
e absorvo o odor das cerejeiras!
A ponte corta o lago extenso.
Na agitada cidade, nem mais penso!
A ponte me conduzirá às vivas amizades;
virei aqui com mais assiduidade!
Casam-se o viaduto e a estrada.
Vivem uma paixão tão aproximada!
A viagem me fez criar um sonho azul!
O meu ônibus pintou a estrada de verde.
O viaduto me faz recordar:
- São João do Nepomuceno!
Me indaga se ainda lembro
do caminho;
toco direto pra lá!
- Gabriel Eleodoro
Rio de Janeiro, 20 de março de 2004.