VIADUTO IV

À direita, entra o meu ônibus.

A paisagem não me cobra ônus.

Deslizando, chegarei ao meu reduto;

já alcancei o quarto viaduto.

À placa, contém a poesia:

"Juiz de Fora,

Rochedo de Minas e

Matias Barbosa";

lindíssimos versos!

A agitação da cidade grande

me deu o salvo-conduto.

Deixo pra trás, a impregnação dos oleodutos,

e absorvo o odor das cerejeiras!

A ponte corta o lago extenso.

Na agitada cidade, nem mais penso!

A ponte me conduzirá às vivas amizades;

virei aqui com mais assiduidade!

Casam-se o viaduto e a estrada.

Vivem uma paixão tão aproximada!

A viagem me fez criar um sonho azul!

O meu ônibus pintou a estrada de verde.

O viaduto me faz recordar:

- São João do Nepomuceno!

Me indaga se ainda lembro

do caminho;

toco direto pra lá!

- Gabriel Eleodoro

Rio de Janeiro, 20 de março de 2004.

Gabriel Eleodoro
Enviado por Gabriel Eleodoro em 18/05/2016
Código do texto: T5639502
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