Ai se falassem as árvores!

Ai se falassem as árvores, teriam o que contar dos tempos, das vezes, em que reunidos por de baixo delas; jogaram palavras no ar.

Lembranças então alegres daquilo que nem engraçado dantes foi.

Talvez triste, doído, sofrido, mas quem vence acredita, supera,

ameniza e quiçá sorri depois.

Rua de chão de barro, pés descalços, pneu nas mãos.

Roda pião moleque, empina pipa, " Não solta balão".

Bola que te quero bola, num mata mata, num futebol,

Num bom queimado ou num triangulo, riscado a galho marcado ao chão.

Pique alto, pique esconde, pique estátua, pique cola,

Pique policia e ladrão,

Bandeirinha, cobra cega, amarelinha, elástico, taco, carniça

E mais severo o garrafão.

E no bambolê dos sabores que consagraram gerações,

Pera, uva, maçã, salada mista, desritimando os corações.

(MC,7/4/15)