NO LIMITE
Eu não sei se tu conseguirás perceber.
Mas, hoje o que eu fiz foi só te atender.
Fiz a tua vontade.
Entreguei de volta a tua liberdade...
Fiz isso não porque eu quisesse,
ou porque achasse que de fato
fosse o melhor. Mas, acredite:
Fiz isso apenas porque chegaste
ao ponto máximo de meu limite.
E eu talvez também,
tenha ultrapassado tuas fronteiras,
meu bem, há muito mais tempo...
Mas, como colocar um ponto final
em algo que jamais começou?
Só Deus sabe o peso e a dor contida
em cada uma de minhas palavras...
Só Ele sabe o que senti naquela hora
e o que estou sentindo agora...
Só Deus sabe a força do grito
que ficou entalado no tráfego
do meu cérebro cansado...
Só Deus sabe a luta feroz que venho
travando por todos esses meses
acinzentados em que estivemos
assim apartados.
Do quanto eu quis e queria e quero
que fosse, ou que seja diferente...
E o indicativo é que pra gente,
o futuro do pretérito que eu tanto
desprezei e que jamais será
futuro, com meus atos de hoje,
transformou-se num presente
infinitamente mais que imperfeito.
Mas, por favor, meu anjo, entende:
Eu não poderia, eu não teria como,
eu não saberia e tu não gostarias que
eu agisse de outra forma.
Então, ainda que para mim tenha sido insuportável,
eu precisei agir no limite do imponderável...
Agora, nesse limite, tenho que me conformar
com o futuro do pretérito.
Que eu não desejei e não pedi nem pra mim...
e nem pra ti. Mas que é o nosso fim.
No limite...
Tânia Regina Voigt _ 16/06/09