Como meu pai

Os sons da tarde...

Desta com um galo cantando.

Meu neto dorme

Sempre nesta hora.

Na vizinhança há crianças.

Elas brincam nas calçadas e nos quintais.

Ouço risos e brincadeiras,

E o vento passa nas árvores.

É início de outubro.

Os cajus maduros caem.

A molecada pula meu muro.

Sei que procuram por castanhas.

Depois, um leve silêncio,

Mas logo noto que

Acenderam um fogo...

O cheiro de castanhas assando no ar...

Lembranças,

Lembranças...

Eu também pulava o muro do vizinho,

E não posso me enganar –

Meu pai estava certo

Ao me colocar de castigo.

Quando acordar

Falarei com meus vizinhos...

Oh, cheirinho bom!

Teresa Cristina flordecaju
Enviado por Teresa Cristina flordecaju em 16/10/2015
Reeditado em 17/10/2015
Código do texto: T5417145
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