Como meu pai
Os sons da tarde...
Desta com um galo cantando.
Meu neto dorme
Sempre nesta hora.
Na vizinhança há crianças.
Elas brincam nas calçadas e nos quintais.
Ouço risos e brincadeiras,
E o vento passa nas árvores.
É início de outubro.
Os cajus maduros caem.
A molecada pula meu muro.
Sei que procuram por castanhas.
Depois, um leve silêncio,
Mas logo noto que
Acenderam um fogo...
O cheiro de castanhas assando no ar...
Lembranças,
Lembranças...
Eu também pulava o muro do vizinho,
E não posso me enganar –
Meu pai estava certo
Ao me colocar de castigo.
Quando acordar
Falarei com meus vizinhos...
Oh, cheirinho bom!