LEMBRANÇAS.
Quantas lembranças,
Vem-me de repente,
De tantos sonhos,
Que não realizei,
E todos os anos,
Reflete qual lente,
Me vem a mente,
O que mais desejei,
Dos desalentos,
Em cada momento,
Nos sentimentos,
Que a alguém dediquei,
E as ingratidões,
Fizeram-me chorar,
Nem minha sede,
De amar saciei,
Tenho lembranças,
Dos tempos de gloria,
E tantas coisas,
Que um dia deixei,
De cada ato,
Descrito na história,
Que na memoria,
Pra sempre guardei,
E das palavras,
Jogadas ao vento,
Quando os tormentos,
Em mim foi a lei,
E até das mágoas,
A ferir-me por dentro,
Dos ferimentos,
Que já me curei,
Tenho lembranças,
Das minhas loucuras,
Quantas injurias,
Eu já suportei,
Das cicatrizes,
Que foram raízes,
De todo mal,
Só agora eu sei,
Tantas canções,
Que cantava o amor,
Tirou-me a dor,
Quando as apreciei,
Das brincadeiras,
Sadias vividas,
Na juventude,
Que já dissipei,
São tantas coisas,
Que me vem a mente,
Em confluência,
Perdido fiquei,
De meus amigos,
Da infância sonhada,
Que sem querer,
Há muito tempo deixei,
Tenho lembranças,
Dos cabelos loiros,
Hoje grisalhos,
São todos eu sei,
E das afeições,
De menino travesso,
Seu endereço,
Não mais me lembrei,
E aquele rosto,
Rosado e faceiro,
E o olha ligeiro,
Que tanto admirei,
São tantas coisas,
Que a mente me vem,
E como ninguém,
Pra sempre gravei,
Dos meus momentos,
De vis desatinos,
Já fui insano,
E a alguns magoei,
Mas contristado,
E em contrição,
A meu irmão,
Também me retratei,
De tudo isso,
Que me fez lembrar,
Somente uma,
Esquecer não tentei,
Hoje é a única,
Que me faz sonhar,
Pois minha sede,
De amar não matei!
Cosme B Araujo.
22/11/2014.