Enfrentando as ondas
Enfrentando as ondas
O mar ora bravo, ora como cordeiro,
Mas bravo, a ninguém obedece!
Pode ser mar indomável, traiçoeiro,
Sua força, afunda qualquer cargueiro,
E toda a tripulação logo desaparece!
Calmo; é lindo o mar azulado,
Num azul anilado, cor do céu!
O vento soprando de algum lado,
Nesse imenso mar salgado,
Mas alteroso o mar faz labéu!
Este mar imenso e poderoso,
Que pode unir ou afastar nações!
Ora suave, outras horas alteroso,
Mar grosso, ficando muito furioso,
Que faz tremer as tripulações!
Quando se levanta rijo e furioso,
Não dá descanso ao marujo valente!
E que na manobra tem ser cauteloso,
Porque não perdoa ao preguiçoso,
Poie nele, está sepultada muita gente!
Oferecendo-nos coisas encantadoras,
Quando as suas ondas são calmas!
Corri nele distancias alargadas,
Em viagens para sempre recordadas,
Viagens lindas mas muito perigosas!
J. Rodrigues(Galeano)28/07/2013