Deitada na Praça em Bruxelas
Fecho os olhos e vejo a nítida cena:
As noites estreladas, e eu pequena,
Deitada de costas a contar estrelas.
Nessas lembranças, quase consigo vê-las!
Isso poderia parecer natural,
Mas, dessa vez, eu não estou no meu quintal.
Deito no meio de uma lotada praça,
Sem me importar com quem por ali passa.
Não sou só eu, há muitas outras pessoas,
Talvez a reviver lembranças tão boas
Quanto as que ainda guardo no coração!
Sinto as lágrimas a me molhar o rosto,
E me deixo estar ali, sentindo o gosto
Da infância que nunca mais há de voltar!
Já não encontro motivos pra sonhar;
Aquela garotinha ingênua já cresceu...
O céu é o mesmo, só quem mudou fui eu!