Reminiscências

Fronteiras entre sonhos e realidade

Mundo das ideias a tocar a alma

E a chamar por lembranças

Acordar o inconsciente,

Como a água que brota das nascentes

E flui premente, num desvario constante.

Sombras, espectros, recordações vagas

Quase que apagadas, sem forma ou cor.

Aos poucos tomam força e amadurecem.

Sons diferentes, divergentes, antigos...

De um passado distante.

Ora o arrulhar de pombos no telhado,

Ora o gotejar da calha na varanda.

Lembrança inconsciente, intermitente,

Ideias vagas, distantes.

Trotar de equinos, risos, choros.

Apagar das luzes _ um violão a tocar.

Luar dominante, magnífico, abundante.

Despertar com angolas a matraquear

Junto às janelas.

Cheiro do bolo quentinho

Aroma do café recém-coado.

Manhã promissora para a diversão

Na prainha do Rio de Pedras.

Ouço mugidos das matrizes no estábulo

O leite sai quentinho das tetas generosas

Das holandesas tristonhas.

Entrego-me inteiramente a reflexões

Por vezes benfazejas

Por vezes dolorosas.

Ignez
Enviado por Ignez em 31/05/2013
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