Reminiscências
Fronteiras entre sonhos e realidade
Mundo das ideias a tocar a alma
E a chamar por lembranças
Acordar o inconsciente,
Como a água que brota das nascentes
E flui premente, num desvario constante.
Sombras, espectros, recordações vagas
Quase que apagadas, sem forma ou cor.
Aos poucos tomam força e amadurecem.
Sons diferentes, divergentes, antigos...
De um passado distante.
Ora o arrulhar de pombos no telhado,
Ora o gotejar da calha na varanda.
Lembrança inconsciente, intermitente,
Ideias vagas, distantes.
Trotar de equinos, risos, choros.
Apagar das luzes _ um violão a tocar.
Luar dominante, magnífico, abundante.
Despertar com angolas a matraquear
Junto às janelas.
Cheiro do bolo quentinho
Aroma do café recém-coado.
Manhã promissora para a diversão
Na prainha do Rio de Pedras.
Ouço mugidos das matrizes no estábulo
O leite sai quentinho das tetas generosas
Das holandesas tristonhas.
Entrego-me inteiramente a reflexões
Por vezes benfazejas
Por vezes dolorosas.