RECORDO...
Recordo... e ao recordar o que mais importa
são aquelas manhãs claras... abril ou março...
Já não havia chuva ou mesmo branco mormaço,
mas um vento que sempre batia à minha porta...
Eu, menina, corria pelos campos... pés descalços
sobre uma alcatifa onde jazia folhas já mortas
levadas por uma brisa que agora me exporta
a um velho outono que em versos refaço.
Essa lembrança em ocre vivo me conforta
como o bailar das folhas e seu compasso...
Estrada afora segui...e hoje por onde passo
um pouco daquela menina se aporta.
Folhas vão e vêm... por estações grasso
como musgo em muros... a alma meio torta
como uma simbiose se comporta...
sobrevive às lembranças e aos laços.
( Imagem google)