NOS DIAS DE AGORA
Nos dias de agora
infância e mocidade
tão ausentes
saudade é ferida que se sente
da felicidade de outrora
Nos dias de agora
Alegria não há mais
O amor de eterna jura
De tanta brandura
Foi-se embora
Nos dias de agora
Meu ser pávido mendiga
Da benevolência uma migalha
De uma mão um afago
No peito lembrança antiga
Que corta como navalha
Nos dias de agora
Tão frio, sem ventura
Buscando pela candura
Nas trilhas afora
Como predador que pastora
Nos dias de agora
Da vida o fim desejo
Talvez a morte traga a sorte
De encontrar um lugarejo
E, quiça, uma nova aurora
Nos dias de agora
Mãos que, da esperança, foram baluartes
Hoje, da tristeza. são estandartes
À frente anunciando o tempo e a idade...
Nos dias de agora...