NUNCA MAIS

Nunca mais o canto e a alegria do amanhecer,
trouxeram a paz cinza das manhãs de inverno,
para bailar nos salões de minhas memórias.
Esse bailar que sempre mandou meus males porta afora!
 
Nunca mais as estrelas brilharam na vastidão da alma,
sem que a saudade e os desejos ferissem meu pensar.
Nunca mais meu olhar te buscou faminto na direção do horizonte,
oferecendo o abrigo seguro dos meus abraços.
 
Nada mais que posso ter, é o que quero e desejo!
Nunca mais haverá pássaros em nosso pomar,
nem a fumaça sairá pela chaminé da lareira,
para dissipar-se com as palavras aos ventos.
  
Nunca mais meu corpo será o condutor dos seus sentidos,
nem haverá mais a ebulição da nossa intimidade.
Nunca mais daremos razões para as tolices necessárias dos corações,
nem nas poesias encontraremos os alentos de nossa inocência.
  
Nunca mais incidiremos sobre o infinito do cosmo,
nem  faremos contatos com a lua e seus admiradores.
Mesmo assim há de se viver, meramente por viver,
num sopro findo, ou demasiadamente longo e saudoso.
Para recordar o prazer, que nunca mais sentiremos
!
Jayme Tijolin
Enviado por Jayme Tijolin em 18/10/2011
Reeditado em 18/10/2011
Código do texto: T3283149
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