DE FORA, O MEU OLHAR...
Da outra calçada da rua,
vejo-me dentro do quarto
que era meu,
que me guardava
que me tolhia e ao mesmo tempo
dava-me asas.
Dele, no profundo dele,
morava o meu silêncio
curtindo fantasias
rezando firme
abraçando o mundo
de onde jamais saía,
não ousando por os pés na rua,
do outro lado da via.
Meu quarto era a minha clausura,
cabresto da minha liberdade.
Nunca estava alegre ou triste,
mas sempre expoliada,
ignorando o mundo.
Vitoria Moura 16/10/2010
Ma Vie