A MESMA SINAGOGA
A rubra luz perene
Que nunca se apaga
Na fímbria solene
Uma cortina afaga.
O taciturno manto
Estático e celeste
Austero e santo
A sacra arca veste.
Fulgente candelabro
Templária recordação
As mãos bentas de fabro
Obraram a inspiração.
O masaico das vidraças
Latente uma inscrição
Que todas as desgraças
Somem com a recitação.
A construção austera
E também tão modesta
Recordação de uma era
Da glória manifesta.
Os três rolos na arca
Das leis dadas por D´us,
A Vida é matriarca
Conserva os filhos seus.
Segundo os tais costumes
Dois ínclitos pavimentos
Distinção de dois volumes,
Secessão de pensamentos.
Sexta feira a abertura
Das rezas sabáticas
Na manhã de alvura
As santas práticas.
Quando tudo se acaba,
Fecham-se as portas,
A escuridão desaba
Sobre lembranças mortas.
(YEHORAM)