BALADA PARA ELISA ( in memorian)
BALADA PARA ELISA
in memorian de Elisa Linhaça
Jorge Linhaça
Não tiveste a doce ventura
de gerar no próprio ventre
Mas tiveste a candura
de me criar como gente
Jamais me revelaste
o segredo da adoção
Como teu me trataste
com carinho e devoção
Tiveste medo, eu entendo
de que eu me revoltasse
Mas como seria possível?
Se tanto e tanto me amaste?
Mãe eu só a ti conheci
Me criaste , me educaste
o que sou , devo a ti
pelo amor que me dedicaste.
Só depois de tua partida
Liberto do juramento
Com lágrimas incontidas
em meio ao desalento
Pode meu pai afinal
contar-me toda verdade
De teu amor tão real
da tua preciosidade
Sei que onde estiveres
ainda velas por mim
longe da esfera terrestre
entre anjos e serafins
Não posso mais escrever
entre as lágrimas da emoção
mas só queria te dizer
de minha eterna gratidão.
seu filho
Jorge Linhaça