O BÊBADO
Estou anestesiado,
Bebi de mais
Embriaguei-me
O pensamento gira
Não penso em nada
Nem tenho certeza do instante
O corpo balança pende,
Dum lado para o outro
Perdi o controle dos passos.
Dormirei na sarjeta,
Ou num banco da praça.
Queria chegar
Abrir a porta adentrar
Mostrar para todos
A força que tenho.
Suas palavras,
Seus atos
São bebidas que embriagam
Ouvi demasiadamente
Meu pensamento tenta desfazer
Os sonhos, as ilusões, os momentos
Gira muito rápido
Sem encontrar solução
Com o coração na mão
Meus passos não tem sentido
No instante que vão, voltam.
Queria abrir novamente
A porta do seu coração
Para mostrar que tenho,
Esse dom de perdoar
Não me deixe na solidão
Dormindo em outros braços
Tentando encontrar
O mesmo carinho, afeto
Retire de mim esse anestésico
Que faz cambalear,
Injete em mim
A esperança do amor
Retire de mim a bebida,
Chamada magoa...
Ledemir Bertagnoli