memórias de D. Jorgina
contava os carros que via na rua
que pouco passavam dos dedos da mão
mas hoje a imagem mais nova e mais crua –
não há uma árvore vindo do chão
e a passarada com a barulheira?
os trilhos do bonde ainda estavam ali
e as festas de rua a noite inteira?
no dia seguinte ia ler um gibi
um pé de abacate, o jardim é exíguo
um copo com água atrás do portão
um pano de renda decora o postigo
de onde ela vigia – ele vem ou vem não?
São Jorge Guerreiro, e o grande amigo,
no quadro da sala derrota o dragão...