MEU CAVALO MANGA LARGA

MEU CAVALO MANGA LARGA

Meu cavalo manga larga,

Malhado de preto e branco,

Num bornal comia o milho,

Para o seu liso pêlo afinar.

Quando estava a lhe selar,

Escovava-o com cuidado,

O pelo ficava bem deitado

E no sol, se punha a brilhar.

Eu montava sobre a cela,

Íamos pela estrada a trotar,

Quando tempo de estiagem

A poeira em nuvem se fazia.

No rosto resvalava a brisa fria,

Ele trotava fagueiro e garboso,

Bem, eu me sentia orgulhoso

Em formar essa boa parceria.

Ficávamos horas a campear

Os bezerros na invernada,

Jogava o laço da corda,

Nas cabeças dos filhotes.

Fazendo-o girar em trotes

De um salto desmontava,

E junto a reis ficava,

Segurando-a ao cangote.

De volta, ao cavalo lavava,

Levava-o para o curral,

Depois de muito escovar

Para a cocheira o levava.

Mas quando a noite chegava,

Por certo perdia a guarda,

Sua crina era trançada,

Quem o fez? Isso no ar ficava.

Não sei dizer se morcegos,

Diziam ser coisa da caipora,

Mas não se pode afirmar,

Mas ninguém a desmanchava,

O meu pai bem que tentava,

Ficava triste só em pensar,

A crina do meu cavalo cortar,

Enquanto a caipora fumava.

Rio 19/07/2010

Feitosa dos Santos