ENTARDECER - Neila Costa
Nesse rubro entardecer de verão
Observo as gaivotas que rasgam
O deserto do céu e no seu repentino
Planar sobre o mar mergulham entre
As ondas e recolhem seus alimentos.
Meus olhos fixos no ar
Pela maravilhosa pintura
Começam a bailar aos movimentos
Mutáveis do magnífico mar.
Surpresa a brisa me chega suave
E de mansinho acaricia meu rosto,
Rouba e aquece o frio do meu coração.
Num pulsar de sopro que sai do meu soluçar
As lágrimas em ondas começam a me banhar,
Quando não mais vejo o sol que estava a me aquecer.
Na areia começa a se formar
A sombra da noite que sobre ela
Descansa o meu fatigado corpo.
As ondas do mar enfim
Sob o véu da lua cheia, repousam,
E as estrelas tímidas saltitam saudando
A lua que novamente reina soberana.