O poeta não morreu

O POETA NÃO MORREU

Uma canção que o vento soprou

De versos que ninguém fez

O efeito da chuva que cai

Bate em seu rosto e você não sente

O dia que começa a escurecer

A noite que começa com a solidão.

Você não entende quando digo que sou feliz

Essa monotonia é algo que preciso

O vento que sopra uma canção

A noite que canta uma serenata

O fogo que tece as cinzas

As cinzas geladas do seu ser.

Ouvi versos que ninguém fez

Nos gritos da tempestade

Ouvi uma canção

Nos gritos de desespero de uma mãe

Lá fora o sol bronzeia

Aqui dentro a monotonia vence.

Uma canção que o vento soprou

Um poema que ninguém compôs

Uma derrota que ninguém perdeu

Uma vitória que ninguém venceu

Uma criança que nasceu

Um poeta que não morreu.

Valter Figueira
Enviado por Valter Figueira em 13/07/2006
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