Fotografia silente
Já foi das gavetas dos cantos,das paredes,
verde tenra amarelecida e velha se rasgou;
emoções criou, mostrou e aind’as guardou,
agora chacoalh’os mares,praias e as redes!
Calcou vestígios quentes que a referendam
e milimetricamente a imortalizam no amor,
fotografando ontens reflorados que andam
florindo amanheceres de saudades e calor!
Risos brotou, forçados, ensaiados, vaidosos,
lotados de esperança de um dia serem reais,
para tornarem episódios ridículos especiais,
trocando rumos remotos pelos mais ditosos!
Não são todos que sentem,que choram e sofrem,
a dor de ver e sentir u'a fotografia calorosa,
não são traços épicos revelados qu’assumem
tema popular, fingindo película glamourosa!
A fotografia,feito lua de fases,geme e soluça
adentrand’uma força estranha dos sentimentos
e nos mágicos poderes traz a ânsia que balança
delicada, por entre enlevos e deslumbramentos!
A pátria d’estrelas das abandonadas memórias,
com zelo, no amor perfeito encubou suas raízes,
errantes, miradas,a contarem grandes histórias,
que a vida ressuscitou,apesar d’alguns reveses!
Mantém-se viva mil vezes a fotografia da vida,
quando se a vive, recorda ou recomeça o viver,
além do previsto, fúlgidas alfaias que a estrada
ensolara na quietude interpretativa a florescer!
Santos-SP-13/07/2006