à Isaura Pifânio  (Foto)

É quando enfim a vida se torna uma estrada
deserta
silenciosa ...
no rosto marcas do tempo
na mente lembranças ternas
e pelo caminho vestígios dos pés que passaram
como a querer sinalizar o caminho de volta...

O coração sangra em  tantas lembranças
a alma se desarma e a vida pára !
tudo parece utopico...
para não dizer que é o fim!

Corpo debilitado, ossos enfraquecidos
sangue doce e vida amarga
vão aos poucos secando a fecundidade
dos sonhos...

Nada doe mais que a falta de carinho
o silêncio e o abandono
daqueles que tanto amor recebeu
do velho maltrado... esquecido
igorado!

A vida resumiu ao abandono
apenas  lembranças, tristeza
e dor de não ter com quem compartilhar
o tempo
o riso
a vida!!! 
de quem mais precisa de amor!

Amigos para jogar conversa fora
ouvir uma boa música
dançar... viajar numa mesa de bar!

...
Os pés fervilham como  formigas nos roseirais
despetalando a alma!

As vistas escurecem e a esperança esvanece !
dando lugar a amarga solidão.

Por mais que se queira
a vida nunca mais será a mesma
embora insista encontrar  o amor que alivie
a dor do abandono...

- a mente ainda sonha
mas o corpo não responde.
A vida jaz em ais...

...
A velhice só se torna ingrata
quando falta o amor, de quem tanto, de  um velho,
amor recebeu !


Flamarion Costa
Enviado por Flamarion Costa em 17/09/2009
Reeditado em 26/11/2009
Código do texto: T1815817
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