Uma Estadia num Bordel
Às vezes, lembro-me dos tempos em que era solteiro,
Das diversas promiscuidades cometidas sem freio algum,
Dos diversos corpos, sem rosto, que cruzaram o meu caminho,
Do sexo, das carícias, do suor, dos gastos de dinheiro
Com prostitutas feias e bonitas que coloquei no meu ninho.
Admito que era frequentador assíduo de um pequeno bordel,
Que era repleto de álcool, de luzes coloridas, um universo fumacento,
Contemplava as mulheres dançarem, seminuas, num palco de cimento,
Rebolavam de todas as maneiras, agarradas a diversas barras de metal,
E, depois, dirigiam-se as nossas mesas e subiam nelas, com moral.
Lá iniciavam uma dança mais sensual ainda, coisa que não esqueço,
Pediam para que colocassemos sprays com cremes de chocolate
Ao longo de todos os corpos expostos e sem nenhum respeito
Imploravam para que lambêssemos seus corpos, julgavamos uma arte.
E, enfim, depois de várias horas de promiscuidade,
Escolhíamos as melhores mulheres para que acabassemos a noite
Num motel de terceira categoria e tivessemos uma particular pernoite,
E, por conseguinte, satisfizessemos os nossos mais sujos desejos.
Hoje tudo isso é apenas passado...
Memórias de uma juventude corrompida e proibida,
Que depois que conheci a minha amada deixei de lado,
Eis a mulher que me retirou da sujeira daquela vida.
Portanto, lembro-me daquele tempo não com um sorriso
E sim com um profundo e destruidor remorso no meu espírito.
Mas, graças à Deus, hoje tudo isso é apenas passado...
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