Águas Mansas
Na saudade meiga está de volta
a sensação que a quietude nota,
so contemplando as águas mansas
do seu remanso das lembranças,
mais longínquo que dias findos,
perdendo sem querer os sentidos
que discernidos ficam por querer,
regando a emoção que aparecer!
Na planície pueril jaz paisagem,
moradora atual do olhar parado,
que arrasta as beiradas o mundo,
gigante viandante de passagem!
Mãos mansas recolhem as fontes
dentro de grutas úmidas falantes,
é voz aborígine ignorada que soa:
elos arredios se desuniram a toa,
desmontand'aquele quebra-cabeças,
que a aurora ergueu das saudades,
protegidas na cinza das saudades
que aind'agitam as águas mansas!
Grenoble-FR-28/05/2006