FECHO OS OLHOS
Com a mão se constrói
Com a mesma se derruba
Sentimentos sem dor
Não necessitam de cura,
No horizonte da memória
Sinto-me vago, sinto-me vazio.
É como se eu fechasse os olhos
E o meu passado não existisse,
Tenho vagas lembranças
Recordações quase apagadas
Olhares distantes e frios
Brigas sem sentido,
Vejo ao longe o pôr do sol
E admiro sua beleza
Pura e simplesmente
Capricho da natureza,
A leveza dos movimentos
O contraste das cores
Seu perfume contagiante
E seus raios deslumbrantes,
Afogo-me na solidão
De pensamentos inexistentes
Percebo além do meu alcance
Verdadeiros remanescentes,
A atração inconfundível
Desta tarde de verão
Ar puro e alegria
Desanuviaram o meu charmoso coração.