A enxada e a viola

 

Aquela velha tapera em ruínas

Hoje e somente uma lembrança

De um passado bem distante

Vivido por mim quando criança

 

Ainda lembro papai e mamãe

Na porteira do rancho a me acenar

Com a enxada do papai no ombro

Eu fingia ir pra roça trabalhar

 

Lá adiante na curva da estrada

Eu esperava papai me alcançar

Devolvia pra ele a sua enxada

Não era mais hora pra eu brincar

 

Pela tardinha quando papai voltava

Ele e mamãe na varanda iam sentar

Ele levava nos braços sua velha viola

Velhas melodias ele ficava a dedilhar

 

Embevecido eu ficava ali escutando

A beleza narrada no seu belo cantar

Então eu pensava que sabe algum dia

Sua historia ao mundo eu possa contar

 

Papai e mamãe e a velha tapera

São as minhas primeiras lembranças

Aquela viola que papai tanto amava

Quando se foi me deixou por herança

 

Os anos passaram e ainda trago comigo

Sua velha enxada e também sua viola

Mais uma maquete daquele velho rancho

São coisas assim que lembram a minha historia

 

Balneário dos Prazeres: 12 / 09 / 2008

 



Volnei Rijo Braga
Enviado por Volnei Rijo Braga em 12/09/2008
Reeditado em 12/09/2008
Código do texto: T1175158
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