O DESMORONAMENTO DA NEVE

Ao longe pareciam azuis, não eram, brancas sem vidas,
Iam se acumulando, acrescendo amores, vivos sonhos,
As admira-las, sem imaginarem os ardores das viradas,
Iniciava com os mais próximos e chegava aos novos.

A avalanche tudo conquistava, iludindo quem a cercava,
Sempre a mesma conversa, querido, amado, menino....
Indefinido o tratamento, quando a geleira escavava.
Nada restava,caia, subia outro, em aplauso e fascínio.

Não há quem a neve controle, o descontrole é um furor,
Que vem debaixo para cima, faz nascer outro admirado,
Aluvião capaz de delírio e frenesi que arrase o ardor,
Deixa de lado o torrão, de tanto amor, antes aguçado.

O desmoronamento da geleira não repercute no habitat
Todos estão acostumados com as bruscas mudanças,
Volúveis, nem distinguem os acréscimos e disparates.
A orgia da troca, tornou-se lugar comum, vil trapaças.

O recente admirado chegará na armadilha do desgelo,
Ficará atordoado com sua versatilidade abandonada,
Como o morango amado, o verde musgo virará anelo,
Quando a neve encontrar outro tipo na nova invernada.




À gentil GELY ARRUDA, COM SUA INTELIGÊNCIA E VIVACIDADE,
pela advertência feita no COMENTÁRIO "Frustação de um sonho".
smello
Enviado por smello em 21/07/2008
Reeditado em 02/08/2008
Código do texto: T1091256
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