A CASA DO SOL CAP 6
A CASA DO SOL
Capítulo Seis – 6 jul 21
“Que coisa estranha, tivemos o mesmo sonho,
deve, portanto, ter um cunho de verdade!...”
E assim marcharam até a capital
desse pequeno reino de seu pai,
tão galhardos com seu ar sempre risonho,
que a atenção logo chamaram na cidade
e ao Rei Murphy II anunciaram, afinal,
e do castelo, o bom rei curioso sai.
Ora, o plano de sua ama interesseira,
no fim das contas, resultara em nada,
porque sua filha, com seu namorado
se casara afinal, secretamente;
mas o rei, em sua tristeza, não se abeira
de qualquer outra mulher apresentada,
acreditando ser ele o amaldiçoado
e esses dois cães acreditava, realmente,
serem seus filhos e os criava com carinho.
Ao encontrar os dois irmãos, tão bem vestidos,
seu coração para eles se voltou,
sem entender porquê: para jantar os convidou.
“Quais os seus nomes?” Respondeu um rapazinho,
“Meu nome é Monday.” Sobrenomes esquecidos,
“Meu nome é Tuesday,” o outro lhe falou.
Surpreso o rei, novamente os convocou. (*)
(*) Segunda- e Terça-feira.
Porém a velha ama feiticeira
sentiu um baque no seu coração:
teve certeza de serem, realmente,
os dois filhos do rei, que ela pensara
ter afogado, em sua traição primeira.
Sua filha não lhe melhorara a condição,
porém se descobrisse sua maldade ardente,
por certo o rei ferozmente a castigara!
Assim, foi procurar os dois rapazes,
que vinham ao castelo caminhando
e depressa lhe falou: “Como sois belos!
Mas seríeis dez vezes mais bonitos,
se vos banhásseis nas águas fugazes
da Casa do Sol, ali deixando
qualquer defeito, da cabeça aos tornozelos!”
E os dois irmãos acreditaram nos seus ditos.
E ao invés de seguirem ao castelo,
foram em busca da tal Casa do Sol,
que ficava junto ao mar, muito distante,
até encontrarem uma pequena gruta:
“Decerto é aqui!” Mas com o maior zelo,
viram um velho manipulando um rol
de pergaminhos de aspecto importante,
com longa barba e fisionomia impoluta.