A CASA DO SOL CAP. 2

Capítulo Dois – 2 jul 21

Bem depressa ambos louros cresceriam,

logo dois príncipes nosso rei teria

para ajudá-lo em todos os combates!...”

Falou baixinho e o rei nem percebeu,

mas pagens e cortesãos escutariam

e com coragem, um deles lhe diria:

“Senhor meu rei, espero não maltrates

o mensageiro que esta notícia recebeu...”

“É uma notícia de fato ruim assim?”

“Não, meu senhor, porem mentira me parece.

Lembra as pastoras ali ao pé do poço?”

“Recordo bem, três jovens bem formosas,

por que seria então notícia ruim?”

“Uma delas afirmou, em tom de prece,

que nosso rei era muito lindo moço,

para desposá-lo as três bastante ansiosas...”

“Mas por que isso me desagradaria?”

“A morena afirmou que bordaria

todas as suas roupas com fios de ouro

e onde tal riqueza encontraria...?

A loura logo a seguir afirmaria

que um jarrão de ouro lhe daria,

mas de onde tiraria tal tesouro?

Mas se casasse, sua fortuna alcançaria...”

“Tudo bem,” disse Murphy, achando graça,

“mas o que foi que disse essa terceira?”

“Que dois filhos gêmeos louros lhe daria,

que haveriam de crescer rapidamente!

Com mentira tão grande se desgraça,

ainda mais com sua ruiva cabeleira,

moreno o rei, como filhos louros ela teria?”

Para sua surpresa, pareceu o rei até contente.

“Pois vamos ver onde estão essas donzelas”

“Senhor meu rei, nada fizeram por mal,

Não passou tudo de tolices de mulher!”

“Eu não pretendo lhes dar qualquer castigo...”

Logo a seguir, viram as três pastoras belas;

O rei as avaliou bem e no final

indagou: “Ouço dizer que uma de vocês quer

dar-me dois filhos louros, mesmo em perigo...”

“Qual de vocês teve tal atrevimento?”

A moça ruiva, após certa hesitação:

“Fui eu, Majestade” – temerosa respondeu.

”E ainda afirma que depressa crescerão?”

“Senhor meu rei, se me tomar em casamento,

É certo que os dois gêmeos nascerão

e em minha família muita gente já cresceu

muito mais rápido que os homens que aí estão.”