ESTRELINHAS SAPEQUINHAS
Na imensidão de um céu todo estrelado,
Estrelinhas sapecas queriam somente brincar,
Piscando suas luzinhas em alucinantes correrias,
Que assustavam as estrelas maiores,
Como as Três Marias todas perfiladas,
Da Constelação do Cruzeiro do Sul.
Sabiam que aqui na terra muitas criancinhas,
Apontavam seus dedinhos soltando até gritinhos,
Quando viam uma estrelinha mais atrevida,
Despencar das alturas deixando rastros de luz,
Até cair de mansinho num imenso manto escuro,
Da noite que se espalhou sobre toda a terra,
Substituindo a luz do sol que se escondeu no horizonte.
Essa estrelinha sapequinha se aproximou então da lua,
E perguntou porque ela estava tão entristecida,
Recebendo como resposta que já não via mais os enamorados,
Que nas noites onde ela se mostrava toda esplendorosa,
Não notavam mais sua presença sem sequer olhar para o céu,
Mesmo que todas as estrelas num frenesi piscassem sem parar,
E notou que lágrimas foram caindo de mansinho e chorou também.
Voltou rápida para junto das estrelinhas que brincavam animadas,
Contando que a lua mesmo estando brilhante e cheia de luzes,
Que se espalhavam suaves convidando todos para o merecido sono,
Não estava feliz ao ser ignorada pelos casais que se apaixonavam,
E isso entristecia quem sempre foi o símbolo dos enamorados.
Combinou então com todas suas amiguinhas para se aglutinarem,
E numa correria adoidada envolveram a lua piscando sem cessar,
Notando então que suas lágrimas desapareceram num instante,
Substituindo por fachos de luz que se espalharam na escuridão,
E criancinhas aqui na terra que queriam brincar como as estrelinhas,
Apontaram então seus dedinhos para o céu que estava todo iluminado.