ELEMENTARES (Gnomos, Ondinas, Silfos, Salamandras & Cia)
ELEMENTARES
Num lindo jardim,
No horizonte sem fim,
Existe um pomar,
Com vista para o mar.
Lá mora fadas e gnomos,
Iguais a tangerina e seus gomos.
Alem deles há nos rios as ondinas,
Alegres e milenares meninas.
Os silfos sempre agitando o ar,
Vão para lá e para cá sem parar
E as salamandras policromáticas,
Dançando nas fogueiras todas simpáticas.
Um dia sem o menor aviso
E de modo rápido e preciso,
Surge um ser novo afinal
Não tinha nada de especial no seu visual
Quis controlar a terra
Declarando uma guerra
E assim o gnomo num assomo
Fugiu antes de virar um mordomo.
As flores arrancadas por aparelhos
Fizeram sumir as fadas e seus conselhos.
As ondinas pobrezinhas
Acabaram ficando sozinhas.
E depois de uma boa temporada
Com óleo e sujeira a todo lado fugiram numa jangada
Ai só sobrou à salamandra faceira
Que se curvou ao homem na queima da madeira,
Esqueceu de sua origem Elemental
Que já foi vida por ordem celestial
E passou a fazer o mal
Coitadinha se perdeu de maneira sem igual
Hoje, gnomo, fada, salamandra e Ondina
Não passam de estória contada à luz da lamparina
Veio o homem feito por Deus
E destruiu tudo em um adeus.
Mas nessa vida tudo muda
Muda a falante e a muda
Apenas quem não muda é Deus.
E desta maneira encerro e digo adeus.
André Zanarella 22-08-2010