MUDANÇA NO GURI*

Amaro, que foi amargo,

muito amargoso vivia,

mas achou de, certo dia,

não mais carregar o fardo.

Pois jogou sorriso à tia;

do rosto triste, o galhardo.

Para que seguir tão pardo?

E o guri mais que sorria.

“Tristeza não paga conta”

– foi assim se programando,

já outro, de ponta a ponta.

Feliz, de cara bonita,

de bom humor, até quando

finge ter fuça contrita.

Fort., 04/10/2009.

(*) Este poemeto eu o fiz pensando

numa criança vizinha (que tive) e que,

segundo os próprios pais, em toda a

sua vida, jamais sorrira. Por amargor,

por defeito de fábrica? A mãe, Maria e

o pai era Pedro. Hoje o menino deve

estar pai de filhos, quiçá um avô. Mas

a mudança, aqui, é mera ficção, assim

como o nome do guri.

Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 04/10/2009
Reeditado em 04/10/2009
Código do texto: T1847931
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