O SAPO E O TATU
Depois de longo cochilo,
sai da toca o “seu” tatu.
Ali perto, entre as bromélias,
também vai se espreguiçando
o sapinho cururu.
Já é hora do jantar,
e os dois buscam pela mata
os seus pratos prediletos.
O tatu papa formigas
e o sapinho come insetos.
Primeiro a encher a barriga,
o tatu zoa o vizinho:
vai espantando os insetos
que estão na mira do sapo.
Só uns poucos, os mais lerdos,
é que ele manda pro papo.
Dia seguinte, o revide.
Enquanto dorme o tatu,
num sono bom e profundo,
aproxima-se da toca
o sapinho cururu...
E coaxa, que coaxa,
sem descansar um segundo.
Pra se livrar do coaxo,
o tatu tapa os ouvidos
e depressa sai da toca,
quase perdendo os sentidos.
— O que faz aqui, "seu" sapo,
e por que tanto coaxa?
— Se um não come, o outro não dorme...
Mais do que justo, não acha?
— Pensando bem, reconheço
que os direitos são iguais...
De hoje em diante, amigo sapo,
eu não te perturbo mais.
* * *