Portas Fechadas

“Eis que estou à porta, e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo”.

(APOC. 3.20).

Diante das portas fechadas Ele bate.

Porque será que Ele encontra sempre as

portas fechadas?

Não importa, Ele continua lá,

pacientemente batendo,

pacientemente esperando e

insistentemente amando.

Ele escrutina o interior das

portas fechadas,

porém, não invade, apenas bate.

O impressionante, é que Ele tem as

chaves de todas as portas.

Ele tem as chaves da Morte.

Subjugada pela própria Vida que Nele está,

a Morte entregou-lhe a chave do além túmulo.

Ele tem as chaves do inferno,

Onipotente, decretou o armistíciodo Iníquo.

Ele tem as chaves do Universo.

Quando abre uma porta,

ninguém fecha.

E quando fecha, ninguém abre.

Por que, diante dessa porta em particular,

Ele apenas bate?

Ele conhece profundamente os moradores das portas fechadas.

Ele sabe – quem fecha a porta também –

que se não entrar,

não haverá paz no interior das casas

que estão com suas

portas fechadas.

Ele é a personificação da paz.

Há muito temor quando

as portas se fecham.

Ele deu o primeiro passo.

Foi dele a iniciativa, agora espera.

No interior das portas fechadas não há

vida, porque a Vida se encontra do lado de

fora, esperando.

Não há luz, porque “a Luz do mundo”

ainda não foi convidada a entrar.

Ele é o caminho e conhece a prisão

que se transforma a vida daqueles

que se auto-determinam em fechar suas portas.

As trevas subjuga-os, impedindo-os

que venham em direção da Luz.

A voz dele é tão mansa, tão suave, que

somente um coração obstinado negaria um

convite para adentrar em sua casa alguém que

ofereça um banquete de vida

em uma mesa espiritualmente farta.

Só alguém com o ouvido agravado por

um coração impenitente,

não seria sensível à voz do Sumo Pastor,

que, delicada e amorosamente,

permanece diante das portas que porfiam

abertamente e não se abrem.

Somente uma mente cauterizada pela

incredulidade não discerne que o acesso

às mansões celestiais é por aquele que está

diante das portas que hoje negam a entrada

do doador da vida.

“Eis que estou à porta e bato, se

alguém abrir eu entrarei...”

Ele continua diante das portas fechadas.

Bate, espera, quer entrar.

Ele tem tudo preparado para a grande

ceia.

Até quando as portas continuarão

fechadas?

Interessante é que ele tem todo o direito

de entrar,

porque estas portas também foram feitas por Ele,

mas, Ele as fez para que permanecessem

abertas, elas que se fecharam.

Ela não é usurpador, pois,

respeita e considera a decisão

daqueles que fecharam suas portas e aprisionaram

seus corações

com as chaves da rejeição.

“Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; aos que crêem no seu nome” ( JO 1:12).