Onde Mora o Amor
“E por se multiplicar a iniqüidade, o amor de quase todos esfriará”.
(MAT. 24.12)
Muito se fala da falta de amor,
mas de qual amor se reclama?
Este vácuo afetivo é manifesto quando não se
é amado ou quando não se tem o
amor para amar?
Amor, o substantivo, banalizou-se,
corrompeu-se tão profundamente que
metamorfoseou–se em jargão e, como tal,
caiu na boca do povo.
Não há nenhum transtorno quando se
ouve frases de efeito, tais como:
“O amor está no ar”.
É perceptível a tênue membrana da
hipocrisia.
Amor, o sentimento, traduz sinônimo de
paixão e prazer, e nesta babel, tentam
fabricar o amor, confundindo esta ocasião
azada de êxtase com a essência e a
sublimidade de amar.
O que “experimentamos” no ar, na
linguagem, nos objetivos, nas canções e
na falta de esperança é uma superficialidade e
futilidade tal das afeições que, qualquer
relacionamento consistente
é tomado por asneira.
Há um melancólico conformismo
e um leve adejar no existir.
E, chamam isto de “filosofia de vida”.
Talvez, a realidade não é a ausência, e
sim, onde mora o amor.
O dor daqueles que são feridos pela
solidão os posicionam na contramão da
essência do amor. Sentimento famoso na oratória e desconhecido em muitos corações.
O amor não é feitura humana, e sim, um
encontro que nasce no âmago do ser,
floresce no espírito e revela-se na alma.
Não está fora do ser, pelo contrário, o
explica.
O amor é luz que refulge para um
amanha de certezas.
É “UM NOVO NASCIMENTO”.
É um brotar para Deus, expressão viva do amor.
E quando o amor de Deus embala a vida,
não há lágrimas pela carência de afeto.
A linguagem do amor não é mero eco que
ressoa sem personalidade!
Quando se ama, o êxtase e a paixão
deixam de ser mecanismo de
satisfação do corpo para ser
ajuntamento idôneo da criação.
Amando desta forma, a vida tem um
novo gosto;
Gosto de ser, de estar e de sentir.