Télos do Incauto
Ó alma exaurida!
Ao finito reteste
A viu besta foste reprimida
Ó infeliz alma, amiúde sofreste.
Oxalá dar-se, ó alma, ao Cristo sua ida
Desprezível ao seus olhos fora O Cristo Celeste
Sobeja, pois, a ti o fel das sandices de tua vida já morrida
Cristo Justo, deveras vida nossa é, todavia, tu dos altos não O recebeste.
No alto de sua altivez,tornou-se corrompida
Vendeste, ó alma, sua vida!
Cá, a alameda dos justos
Lá, o tortuoso caminho dos abomináveis.
Por prelúdio feneceste...
Piamente crera estar escondida
Entretanto, descoberta fora ó emblema dos loucos!
Pereceste
Da espada correste
Qual cervo do leão, a fugir do flagício
A ti viste
A ti contemplaste
A ti conheceste
Já tarde, porém, a Santa Luz clamaste, ó ignóbil alma!
Não mais lhe socorria
De tudo era douta
mas dos céus olvidou-se.
Ludibriaste a ti mesma, disso, pois, pena
Congênita era das vis concupiscências
A ela não combateste
A concupiscência da carne,
A concupiscência dos olhos
A soberba da vida...
A elas sorria.
Tenha para ti, agora, como arremate do prelúdio eterno:
O lago de fogo e enxofre que para ti preferiste
Choras, agora, as lágrimas da cabal porta larga
Pranteia o fim da vida dos desavisados
Lamenta a mancha que, de bebidas à vã sabedoria, buscou ocultar
Uiva o derradeiro daqueles que sem O Bom Pastor partiram
Vagia o desterro da noite longe do redil
Plange a eternidade, uma eternidade irreversível
Irreversível por seus atos que do Sangue do Imaculado Cordeiro nunca aproximaram.