Divina Prosperidade

Eterno que adentra o tempo.

Rico feito pobre.

És dono de tudo

E nada tens de próprio.

O cocho transformas em berço,

E precisas de colo de mãe.

Não tens ninho nem toca

Ou sequer onde reclinar a cabeça.

Falas da barca de Pedro;

Tu te hospedas com quem não presta;

Estás onde ninguém quer ficar;

Teus amigos são os mais desprezados:

Pecador, prostituta, ladrão, estrangeiro.

Tu te identificas com os marginalizados:

Nu, esfomeado, doente, prisioneiro.

Morres abandonado por todos.

No fim, até teu túmulo foi emprestado.

Diga-me: o que tens?

Pois também eu quero ser.

Frei Michel da Cruz
Enviado por Frei Michel da Cruz em 14/02/2013
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