Divina Prosperidade
Eterno que adentra o tempo.
Rico feito pobre.
És dono de tudo
E nada tens de próprio.
O cocho transformas em berço,
E precisas de colo de mãe.
Não tens ninho nem toca
Ou sequer onde reclinar a cabeça.
Falas da barca de Pedro;
Tu te hospedas com quem não presta;
Estás onde ninguém quer ficar;
Teus amigos são os mais desprezados:
Pecador, prostituta, ladrão, estrangeiro.
Tu te identificas com os marginalizados:
Nu, esfomeado, doente, prisioneiro.
Morres abandonado por todos.
No fim, até teu túmulo foi emprestado.
Diga-me: o que tens?
Pois também eu quero ser.