O Rei Exalta o Oprimido
Bem distante da velha Jerusalém,
Mefibosete vivia desprezado.
No deserto, em Lo-Debar, foi isolado,
Da família não lhe restou ninguém.
Era humilhado além de sofrer desdém,
Desde que o seu avô perdeu a guerra.
Perdeu gado, a família e muita terra,
Jônatas, seu pai, numa batalha morreu.
Somente ele, entre muitos, sobreviveu,
E uma ama pro deserto lhe desterra.
Com apenas seus cinco anos de idade,
Aconteceu de sofrer esta desventura:
Sua ama lhe tomou com muita bravura,
Salvou-lhe de tamanha crueldade.
Ao fugir surge uma fatalidade,
Dos dois pés, ao cair, fica aleijado.
A vida inteira foi discriminado,
Mas Deus lhe providenciou lugar.
Na casa de Maquir em Lo-Debar,
Onde ficou como um refugiado.
O rei Davi no palácio perguntou:
Se de Saul havia algum descendente.
Foi informado que havia uma semente,
De Jônatas, um amigo a quem amou.
Que o trouxesse, sem demora, ele mandou,
Ao chegar o rei lhe pôs a sua mesa.
Passou logo a desfrutar da realeza,
Recebeu de volta as terras de seus pais,
Servos, gado, plantações e animais,
Viveu feliz lá naquela fortaleza.
Como é bom ter o rei como um amigo,
Desfrutar de sua nobreza e confiança!
Estabelecer com ele uma aliança,
Viver seguro e sem nenhum perigo!
Estar livre de sofrer o seu castigo,
Aplicado a quem não tem sua amizade.
Participar de sua comunidade,
Receber dele afeto e proteção,
Servi-lo com a maior satisfação,
Tendo no peito a maior sinceridade.
Assim, como o rei Davi não esqueceu,
Da semente de Jônatas, o amigo amado,
Jesus não esquece de quem está ao seu lado,
Protege e guarda a tudo que é seu.
Toma nos seus braços dizendo: este é meu,
Livra-lhe dos grandes perigos do deserto.
Põe-lhe ao seu lado, para que esteja perto,
Guarda-lhe da morte e da prisão eterna.
Concede-lhe em seu Reino a comunhão interna,
Cura o seu aleijo e faz que ande certo.
(Sebastião Barros)
19/10/2009