Cristo Jesus- morte e ressurreição

Terra, Terra, porque estais em silêncio?

Qual a razão de não se ouvir seu canto?

Por que sua voz está sufocada,

Cheia de horrores e espanto?

Terra, porque sua flébil cabeça vacila,

Meneando-se diante do Deus-encarnado?

Deve ser a ignomínia de um protesto,

Perante o Deus crucificado.

As aves não gorjeiam no firmamento,

O astro-rei esconde seu rosto.

A criação compõe seu lamento,

Diante do seu Criador morto.

As trevas então vestiram de luto a natureza,

Que acompanhava o suplicio do Nazareno.

A turba ao pé da cruz se silenciava,

Diante do espetáculo violento.

Jesus está sozinho, abandonado.

Deus-Pai entregou seu Cristo.

O Messias clama por Deus,

Mas Ele parece não ouvir seu grito...

Mas o Pai está presente na cruz.

E com Ele o Santo Espírito.

Eles também sofrem a ruptura,

Que se revelava naquele grito.

Homens onde estão suas torturas?

Onde está o poder do flagelo?

Onde estão os que pregaram suas mãos,

Com enormes cravos de ferro?

Que sentido tinha o cuspe?

Que significa a coroa de espinhos?

Por que lançaram sortes sobre suas vestes?

Por que lhe deram para beber aquele vinho?

Será que era o cálice dos sofrimentos,

Que Ele pediu ao Abba para dele passar?

Sim! Sorveu a goles profundos todo ele,

Sem nenhuma queixa, até expirar.

Homens onde está o seu delírio?

Onde estão agora vossos vitupérios?

Não sobrou nada de gritos?

Será que não há mais impropérios?

Me digam se há maior drama?

Mostrem-me se há maior memória?

Não há outro episódio tão escandaloso,

Nas páginas pardas da história.

Escândalo e absurdo!

Disso se faz a crônica da cruz.

Absurdo é Deus crucificado,

Escândalo é a morte de Jesus.

E que sangue é esse misturado a poeira,

Que tinge de luto a colina caveira?

Não é o sangue do Deus crucificado,

Derramado no madeiro amaldiçoado?

O vento parece encher Jerusalém fumus,

Misturado ao sangue do Inocente.

Não é paradoxo o Salvador do mundo,

Morrer assassinado tão cruelmente?

Ele morre! Vem chegando sábado e o domingo,

E com eles vem o silencio e calmaria...

Agora não demoraria muito,

Para o Crucificado ressuscitar ao terceiro dia.

Domingo de manhã a terra volta a sorrir,

Enchendo a vida de alegria.

Jesus Cristo se levanta do tumulo,

Inaugurando a manhã de um novo dia.

Onde está o poder das trevas?

Onde está a força da morte?

Satanás, pecado e morte foram vencidos,

Jesus Cristo mudou nossa sorte.

Ele ascendeu aos céus,

Para ao lado de Deus-Pai ficar.

Prometeu-nos viria um dia

“Maranata – o Senhor virá”.

Van Luchi
Enviado por Van Luchi em 18/07/2009
Reeditado em 22/03/2016
Código do texto: T1705608
Classificação de conteúdo: seguro