Alegria dos Deuses
O sacrifício destinado a Azazel
Foi profanado por um coveiro.
Este, além de roubar o carneiro,
Matou-o e o comeu olhando para o céu.
Assim sendo, pragas
E catástrofes terrestres – oriundas
De cavernas profundas –
Espalharam-se como chagas.
A Ira dos Deuses em arrebatamento:
Genocídio, Caos, Dilúvio...
Da terra saiu um mefítico eflúvio
(Pútrido aroma do relento).
E em conseqüência dessa fúria,
A geração de agora paga
Essa dívida aziaga
Numa constante celebração de penúria.
Rezais com intenso fervor,
– Com a convicta fé numa abstinência
Ou numa oração de clemência –
Para suprimir o período de horror.
Mas vossas súplicas diárias
Não saciam o desejo de vingança
Desses Seres ávidos por matança
(Raças que valorizam as eras sanguinárias).
Por essa razão, a Destruição
Do mundo e da vida nele existente
Jamais será veemente,
Se assim fosse acabaria a Divina Diversão!
(outubro/2007)