Quem quiser saber
Quem quiser saber,da vida,
a verdade que ela encerra,
tem que nascer e morrer
muitas vezes nesta terra.
É preciso relegar,
todos os males deste mundo
e não se deixar levar
pelos prazer nauseabundo.
Pela própria consciência
de quem chega, a saber,
um caminho é sapiência,
o outro é se conhecer.
Se conhecer é preciso,
estudar é necessário,
pois estudo sem saber,
é mesmo que cão sem faro.
O faro de quem procura,
uma vida verdadeira
é o remédio que cura
a ânsia última e primeira,
Nos estertores do ciclo,
da idade que ora avança,
o homem, para se encontrar,
tem que se tornar criança.
Criança em um sentido,
na pureza e no saber,
na tolerância da vida,
no respeito e no querer.
O farol que ora guia,
o homem do fim do século
é a luz que alumia,
é sinfonia com eco.
O eco sempre repete,
a luz sempre ilumina,
a luz se dispersa em cores,
o eco logo termina.
O ruminar é preciso,
no homem que quer saber,
o ruminar das palavras,
do pensamento e do ser.
Quem não sabe que o eco
foi amante de narciso,
e por causa deste amor,
que narciso fez-se flor?
Na trilha da evolução
só não sobe quem não quer
ou quem não sabe a razão
ou quem nunca quer ter fé.
Nunca uma fé que mata,
mas uma fé que sustente,
pois o cão que muito ladra,
é o que tem menos dente.
Para o homem do momento,
que pensa em se encontrar,
tem que voltar-se para dentro
e sair para lutar.
Quem tem a fé e razão,
o estudo e o saber,
está perto da conclusão
do mundo que há de ter.
É necessário
estudar,
entender,
conhecer,
transmitir e dizer
por palavras,
por atos,
a razão do saber.
Sem ferir,
sem ofender,
com verdades sem máculas,
sem ostentar conhecer.
Pois quem diz entender,
mas sem explicar,
sem se fazer entender,
na verdade não sabe,
o que está a fazer
nem tão pouco a dizer.
Quem quiser entender
da vida a razão
tem que viver,
nascer e morrer,
sem nunca ferir.
No mundo em que vive,
ou pensa viver.
03/05/82