A busca
Julgastes a este ser, por não ser quem é,
Procurastes á mim, sem que o achastes em si,
Buscai-me, sob não existir.
Vê sobre este ser, á mais que se tem,
a não ser, de não ter o que tem!
Palavras flutuam, como borbulhas no ar,
perdem-se sobre, a brisa do mar.
Buscai-me entre as pedras , que conchas há de encontrar,
por caminhos pedregosos, onde não há de me achar,
Pula, de salto ao mar, por onde ei de passar,
em que pegadas, minhas, o mar há de apagar.
Sobrevoe como pássaros, na esperança de me achar,
o vento o guiará, onde a escuridão não haverá,
senão por barulhos e a força do mar
talvez num lugar tão profundo, há de me achar.
O cheiro do mar, traz ao perfume o ar,
Conduz, a este ser, que se esquiva deu achar.
A forma serene, se for procurar, também, será fechar os olhos
onde irá me encontrar.