𝖡𝖺𝗇𝗁𝗈𝗌 𝖽𝖾 𝖼𝗁𝗎𝗏𝖺

Eu vivo apressada

Vivo na contramão

Ouço murmurinhos

Na rua a gritar

Conversas fiadas

Luto contra o tempo

E o tempo é pequeno

Demais para quem

Remédios toma

Banho, ainda não

Banhos de chuva

Como um furacão

A hora está passando

E eu aqui cantando

Versos que alegram ou não

Tenho que ir para o chuveiro

Para tirar a tensão

Banhos de chuva

Para curar agonia

Enquanto a teimosia

Continuar a me apossar

O relógio não pára

É preciso me apressar

Senão ficarei a ver navios

Banha a chuva no chuveiro

E eu fico no cio

Como um gato borralheiro

Miando

Gatos não tomam banho

Mas tomam remédios

Controlados também?

Louca sou eu

Ou, então, me acho

O que seria do mundo

Sem um grande despacho?

Pisa no Terreiro

E cuida do espiritual

Remédios cicatrizam

Mas o espírito é banal

O passe é um banho

Que é preciso tomar

Banhos de chuva para relaxar.

Karol Pisaro - Sábado - 14/08/2021 às 14h28min.

Karol Pisaro
Enviado por Karol Pisaro em 17/09/2021
Código do texto: T7344344
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