Substância natural da fé
Ah meu olhar! Tão breve quanto profundo;
Albergue que se abre todas as noites
como uma sala de estar das estrelas,
e contente por tê-las;
já sou dono de tudo...
Aqui deitado sob o universo desnudo,
como se o ‘eu’ fosse o todo e o todo somente o ‘meu eu’,
como uma floreira que se espalha no alpendre
numa beleza tão simples
formosa ao natural...
De repente sinto-me filho do universo,
onde Deus é o todo e o todo é o puro Deus
que se manifesta pela infinidade ‘de eus’;
única composição de todas as coisas,
e nada existe além...
Como imenso espelho posto diante Dele,
e todas estrelas que estão a brilhar lá fora
em sublime verdade,
brilham dentro de mim...
No olhar lágrimas de jubilo natural
em que o seu limite é não reter limite.
Então meus olhos de universo,
decompondo-se em puro verso;
brilha no escuro...