Vereda Espiritual

Retenhas no silêncio de tua alma

E terás a nobreza de poder ouvir

O cântico dos anjos a esculpir

Esperança que envolve e acalma

Agradeças as pedras lancinantes que relam

O sufoco e a dor que rasga invasiva

Pois na fé racional e subversiva

Os espinhos serão dardos que não escapelam

Lembras que não volvemos a matéria

Por um caótico capricho do destino

Mas resultado da incúria e do desatino

Vestido em culpa, remorso e miséria

Mergulhas no tangível e terás que confessar

Os abortos e mortes a ti atrelados

Em seres de Deus feridos e exilados

Volverão livres e ansiosos por amar

Se foi assim não terás repouso meritório

Enquanto não abrandaste a dor alheia

No trabalho honesto alumia a candeia

A resgatar o esquecido em seu território

Já que a fome e a desgraça inunda todo canto

Ouves o lamento daqueles que clamam por ajuda

Em lágrimas e mãos estendidas quase muda

Vestes a alma com a cristandade de um santo

Não basta esclarecer o espírito atormentado

Se a fome permanece em ronquidão

Levantas o prato acima do coração

E socorres o estômago acorrentado

Em crises que a terra ainda teima manter

Pelo orgulho e egoísmo inebriante

Renuncias a si mesmo e segues confiante

Na confiança de um novo renascer

Onde guerras, fome e miséria

Serão afastadas do seio do planeta

Carregadas almas no colo do cometa

Renascerão para experiência mais séria

Distantes em planetas de outro sistema

Conhecerão a vida de outra maneira

Pela dor reviverão sem eira nem beira

Na corrigenda de todo problema

Mas por filhos da criação que todos são

Serão reconduzidos pela paz que fizerem nascer

Pela consciência refeita aprenderão a crescer

Nas oportunas luzes da superação

Marcelo Taranto
Enviado por Marcelo Taranto em 02/03/2021
Código do texto: T7196703
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