ANJOS NA AMNÉSIA
As cinzas entregues sobem aos céus!
Na terra os pensamentos cremados...
O véu que acoberta hoje é tristeza
Restos de lembranças do passado.
Mas o que seriam dos esquecidos?
Querubins empoeirados?
Assim terminam as lindas histórias
Engolidas pelas quentes chamas
Largadas pela fria aceitação...
O esquecimento que abraça memórias
É anjo do inferno, senhor da razão.
Vulto que ofusca um destino cruel!
Os lindos momentos fotografados
Já quase não servem para nada
Não passam de papéis roídos...
E os velhos espíritos mofados
Imploram pelos tristes ouvidos
Murmurando liberdade...
Fúteis mesmo foram gotas de suor
Que tentam dormir desde a morte
Mas dançam ainda nas ânsias...
No triste legado as dores sobraram
E os restos comeram ganâncias!
Nem seus nomes mais lembraram...
E agora que enfim as virtudes morreram,
Quem sabe os querubins possam voar.