Caminho
Estou na beira do horizonte
Atrás de mim, todos, a minha frente, tudo
Estou olhando o mundo, desfocado
Para dentro e em silêncio
Até onde eu posso ir, o quão longe já estou?
A porta aberta, os balanços vazios, as folhas que voam
Se distanciam
Indo junto com os muitos eus que me acompanhavam
Imagino como deve ser voar, sem chão pra chegar
Cantar sem voz pra ecoar, pensar sem limites pra criar
Eu só não pretendo voltar, mas é difícil se acostumar
Um passo foi dado e a escolha foi feita
Abri os braços pra sentir o vento passando
Agora mais perto do firmamento
Daqui do espaço vejo mais estrelas, vejo mais as pessoas e suas vidas
Observo, livre até de mim mesmo, onde está a felicidade
Em tudo, eu vi
E em nada também, ela está sempre aqui
Esperando termos olhos para vê-la.
Eduardo Guardião