Nada de concreto
Na efêmera arquitetura da vida,
o pedreiro segue a alheia ideia
e o prumo, a alavanca devida.
Concluída a obra, então,
ele não é reconhecido
no endereço da construção.
No seu fenecer derradeiro,
inerte no escuro do tempo,
nem vê o último pedreiro.
E nessa viagem por decreto
deixa escrito em sua lápide:
__ No lado de cá, nada de concreto.