Nada de concreto

Na efêmera arquitetura da vida,

o pedreiro segue a alheia ideia

e o prumo, a alavanca devida.

Concluída a obra, então,

ele não é reconhecido

no endereço da construção.

No seu fenecer derradeiro,

inerte no escuro do tempo,

nem vê o último pedreiro.

E nessa viagem por decreto

deixa escrito em sua lápide:

__ No lado de cá, nada de concreto.

LeandroRecife
Enviado por LeandroRecife em 19/08/2017
Código do texto: T6088536
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