a espera
a vida nos dá muitas coisas
nos dá de um tudo
às vezes até nos cansamos
de tanto que recebemos
de repente, tudo ela nos tira
nos tira até dela mesma
num piscar de olhos
sem purgar uma lágrima de emoção
tal como o barro vermelho
que não sente quando as águas da chuva
reclamam por não poder penetrá-lo
e a gente, teimando
em confundir emoção com ação,
a mula que assumo com simulação,
jura que vida se exaspera,
tolice que ela tolera...