PEDRA BRUTA
PEDRA BRUTA
Na vida não sei de nada,
Sou simplesmente um aprendiz,
Pedra bruta a ser burilada,
Árvore seca sem raiz.
Sou como barco sem leme,
Perdido na imensidão do mar,
Galho de marmeleiro que treme,
Ao açoite do vento a soprar.
Sou resto de poeira cósmica,
Vagando no espaço, pra lá e pra cá,
Procurando a estrada única,
Onde ao Pai eu possa chegar.
Eu sou como o filho pródigo,
Que a casa do Pai quer retornar,
À procura de carinho, conforto e abrigo,
O perdão eu possa alcançar.
Sou como cisco no lixeiro,
Mas tenho uma fé, que nunca morre,
Rosa murcha, sem cheiro,
A esperança que corre.